Por Tamika Sims, PhD
27 DE OUTUBRO DE 2021
Alimentos com organismos geneticamente modificados, também conhecidos como alimentos OGM, existem há décadas. No entanto, embora já tenha sido provado que são tão seguros quanto os alimentos cultivados convencionalmente e, em alguns casos, mais nutritivos, alguns fatos sobre os alimentos OGM e vários mitos relacionados a eles, ainda permanecem desconhecidos.
O IFIC tem comunicado como os OGMs ajudam na produtividade do agricultor e ajudam na sustentabilidade ambiental, entretanto, mais questões têm vindo à mente dos consumidores quando se trata de OGMs e produtos alimentícios embalados. Aqui está uma lista de perguntas frequentes que podem ser úteis na sua próxima ida ao supermercado:
Os OGMs nos Supermercados São Rotulados?
Atualmente, você pode encontrar alguns produtos alimentícios com rótulos que informam os consumidores sobre alimentos que contêm ingredientes da bioengenharia – incluindo os OGMs. Este tipo de informação não tem o objetivo de indicar segurança, falta de qualidade ou valor nutricional – ela simplesmente existe para manter os consumidores informados sobre o que há em nossos alimentos. Algumas empresas atualmente rotulam voluntariamente seus alimentos com essa informação; entretanto, a partir de janeiro de 2022, haverá uma exigência de rotulagem, estabelecida e desenvolvida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O regulamento exigirá que as empresas coloquem uma informação ou um símbolo em todos os produtos que contêm ingredientes da bioengenharia. Lembre-se de que esta ação regulatória para divulgar informações sobre OGM não tem o objetivo de sinalizar uma preocupação de segurança nem de qualidade.
O Que Significa Um Rótulo Sem OGM?
Agora que você sabe que muitos alimentos já trazem em sua embalagem a informação sobre os alimentos produzidos pela bioengenharia, sinalizando os ingredientes OGM, você pode se perguntar ‘O que um rótulo “Não-OGM” realmente significa?’ Esses rótulos, em geral, indicam que a biotecnologia OGM não foi usada para produzir o produto alimentício. Há uma lista relativamente curta de culturas OGM disponíveis nos EUA, que incluem: soja, milho do campo e milho doce, canola, algodão (usado na produção de óleo de semente de algodão), alfafa, beterraba, abóbora, mamão, maçã, abacaxi rosa e batata. Cada um desses tipos de culturas OGM é tão seguro e nutritivo quanto seus equivalentes não-OGM. Somente produtos feitos a partir dessas culturas OGM podem ter uma versão OGM ou uma versão não-OGM.
O rótulo “Não-OGM” não é exigido por nenhum órgão regulador que monitora nosso sistema alimentar; o rótulo é usado para fins de marketing. Assim, se você estiver caminhando pelo corredor das aves ou das bebidas engarrafadas e vir um rótulo “Não-OGM” no frango ou na água, saiba que qualquer produto encontrado lá que não tenha essa informação no rótulo também é um não-OGM – o que significa que o fabricante apenas não colocou essa informação no rótulo do seu produto.
Vale ressaltar também que o rótulo “Não OGM” não é sinônimo de alimentos com rótulo “orgânico”. Alimentos orgânicos são aqueles que foram fabricados de acordo com as práticas de produção orgânica determinadas pelo USDA. Para as culturas, isso inclui o uso de certos pesticidas sintéticos e pesticidas naturais. Para os animais, isso inclui fatores tais como, o tipo de alimentação dos animais e o tempo dado para permanecerem no pasto.
Qual é o Processo Pelo Qual os OGMs São Regulamentados em Nosso Sistema Alimentar Para Garantir Sua Segurança?
A segurança dos OGMs foi avaliada por autoridades nacionais e internacionais de segurança de alimentos. A Food and Drug Administration (FDA), a Environmental Protection Agency (EPA) dos EUA e o USDA têm garantido que os OGMs são seguros para a saúde humana, vegetal e animal – assim como tem garantido a Organização Mundial de Saúde. As autoridades dos EUA, além de avaliar a segurança dos OGMs, também impõem regulamentações sobre a produção e introdução de OGMs no sistema alimentar.
Uma biblioteca na web com informações recentemente desenvolvida, publicada pela FDA, explica o papel de cada agência dos EUA na regulamentação dos OGMs. O FDA define e impõe padrões de segurança de alimentos para todos os alimentos; ao fazer isso, a agência trabalha para garantir que os alimentos que são OGM ou contêm ingredientes OGM atendam aos mesmos rígidos padrões de segurança que todos os outros alimentos atendem. A EPA regulamenta a segurança das substâncias que protegem as plantações de OGM, também chamadas de protetores incorporados às plantas (PIPs) e trabalham para dar resistência a insetos e doenças às plantações. A EPA também monitora todos os pesticidas usados em cultivos OGM e não OGM. Por fim, o USDA Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS) protege a agricultura nos EUA contra pragas e doenças. O APHIS emite “regulamentos para garantir que as plantas OGM não sejam prejudiciais a outras plantas”.
Os OGMs Causam Doenças ou Alergias?
Os alimentos OGM fazem parte do nosso sistema alimentar há mais de duas décadas e foram exaustivamente avaliados quanto à segurança ou a potencial ligação a resultados adversos à saúde. A avaliação científica para a segurança dos OGMs inclui uma análise aprofundada realizada em 2016 por 50 cientistas que trabalharam por mais de dois anos em um relatório da National Academy of Sciences (NAS). A coorte científica da NAS analisou a literatura sobre o assunto, incluindo mais de 900 publicações, e ouviu 80 palestrantes em três reuniões públicas e 15 webinars: também foram analisados mais de 700 comentários enviados por cidadãos para ampliar a compreensão das questões que envolvem os cultivos de OGM.
É importante destacar, que o relatório apresentado posteriormente constatou que não há efeitos adversos à saúde associados às culturas OGM. Para endereçar diretamente algumas das alegações de saúde adversas relacionadas ao consumo de OGM, o relatório destacou que não há evidências publicadas para apoiar acusações ou crenças de que o consumo de alimentos geneticamente modificados pode causar obesidade, diabetes tipo 2, alergias alimentares ou transtorno do espectro do autismo, ou que os alimentos OGM geram fragmentos únicos de genes ou proteínas que teriam a capacidade de induzir riscos à saúde.
Além disso, o consumo de OGM não é prejudicial para quem sofre de qualquer tipo de doença. Portanto, para qualquer alimento que você normalmente consome que tenha a informação na rotulagem sobre OGM ou bioengenharia, você pode continuar a se sentir seguro em consumi-lo.
Esperamos que estas perguntas e respostas mais comuns ajude em sua próxima ida ao supermercado e na compreensão dos rótulos dos alimentos OGM e não-OGM!