O Que é Glicose?

Por Kris Sollid, RD
24 DE MAIO DE 2021

Existem muitos tipos e formas diferentes de adoçadores calóricos que são chamados coletivamente de “açúcar”. O tipo de açúcar mais conhecido é o açúcar de mesa. Cientificamente falando, o açúcar de mesa é a sacarose, um dissacarídeo feito de partes iguais de dois monossacarídeos: frutose e glicose.

Monossacarídeos são unidades unitárias de açúcar e são frequentemente chamadas de açúcares “simples”. Os três principais monossacarídeos que consumimos são frutose, galactose e glicose. Eles se combinam em vários pares para formar os três tipos de dissacarídeos (duas unidades de açúcar ligadas) que são muito importantes na nutrição humana: lactose, maltose e sacarose. A glicose é o elemento comum em cada um deles. Ela é parte da sacarose (ligada à frutose), lactose (ligada à galactose) e maltose, que consiste em duas unidades ligadas de glicose.

Além da glicose ser parte integrante dos dissacarídeos, ela também é parte integrante da vida. A glicose é a principal fonte de energia do nosso corpo, com alguns tecidos, como o cérebro, exigindo um fornecimento constante. A glicemia se refere ao “açúcar no sangue”, porque a glicose circula em nossa corrente sanguínea como uma fonte de energia prontamente disponível. Ela também é armazenada no corpo como glicogênio para reservas de energia durante os momentos em que a glicose pode não estar disponível no sangue em quantidade suficiente.

De onde vem a glicose?

A glicose é o monossacarídeo mais comum encontrado na natureza. Nas plantas, é gerada por meio da fotossíntese. Algumas plantas armazenam glicose em cadeias interligadas. Essas cadeias são chamadas de amido. Alimentos comuns que contêm amido incluem milho, batata, arroz e trigo. O amido é comercialmente separado dessas fontes alimentares para produzir dextrose, glicose, maltodextrinas, poliois e xarope de milho com alto teor de frutose para serem usados ​​como ingredientes na produção de alguns alimentos, bebidas, temperos e molhos.

O monossacarídeo de glicose (não como parte do amido) também é encontrado naturalmente em alguns alimentos. A fonte alimentar mais concentrada em monossacarídeos de glicose é o mel, seguido por frutas secas, como tâmaras, damascos, passas, groselhas, cranberries, ameixas e figos.

A glicose é um açúcar natural ou adicionado?

O açúcar que consumimos é frequentemente descrito como açúcar natural ou açúcar adicionado, dependendo de sua fonte. A glicose é considerada um açúcar natural quando consumida diretamente de alimentos in natura, como damascos e tâmaras. A glicose é considerada um açúcar adicionado quando consumida de alimentos e bebidas embalados aos quais foi adicionada durante a fabricação. Infelizmente, apenas cerca de um em cada dez adultos americanos consome a quantidade recomendada de frutas ou hortaliças diariamente, enquanto seis em cada dez adultos americanos consomem mais açúcares adicionados do que o recomendado.

Como a glicose é digerida?

Tecnicamente, a glicose não requer digestão. Ao invés disso, ela é absorvida no intestino delgado diretamente para a corrente sanguínea, onde pode ser usada para energia ou eventualmente armazenada como glicogênio no músculo e no fígado. Consumimos glicose diretamente de alimentos como o mel e também obtemos glicose de alimentos e bebidas que contêm lactose, sacarose e amido. Quando consumimos alimentos que contêm amido, a saliva em nossa boca precisa primeiro quebrar o amido em maltose (que são pares de unidades ligadas de glicose). A maltose é então, decomposta em unidades individuais de glicose, tornando-as disponíveis para absorção. Semelhante à digestão da maltose, quando consumimos lactose e sacarose, a glicose é absorvida após ser separada do monossacarídeo parceiro (galactose na lactose e frutose na sacarose). As etapas envolvidas na digestão do amido e do dissacarídeo fazem com que a absorção da glicose demore mais tempo, o que resulta em menor aumento do açúcar no sangue do que o consumo direto de glicose.

Nosso corpo pode produzir glicose?

Nosso corpo precisa de glicose para funcionar. Ela é particularmente crítica para o nosso cérebro, já que este órgão usa cerca de 60% da glicose que nosso corpo utiliza. Mas a glicose nem sempre tem de vir necessariamente de alimentos e bebidas. A glicose é gerada pelo corpo para garantir que sempre tenhamos a quantidade necessária. Uma maneira de fazer isso é quebrar o glicogênio para liberar a glicose que o corpo armazena. A decomposição do glicogênio ocorre entre as refeições ou durante períodos de intensa atividade física. O organismo também pode produzir glicose por meio da gliconeogênese, um processo pelo qual o organismo (principalmente o fígado) produz glicose a partir de fontes que não sejam de carboidratos. A gliconeogênese ocorre quando os estoques de glicogênio se tornam baixos e o consumo de glicose é muito baixo ou inexistente, como durante os períodos de fome ou jejum prolongado.

Para saber mais sobre carboidratos e açúcares, assista a este vídeo.