Por Allison Webster, PhD, RD
PUBLICADO – 9 DE OUTUBRO DE 2020
Destaques
- A vitamina D é bem conhecida por seu importante papel na saúde óssea. Também é um componente importante dos sistemas muscular, nervoso e imunológico.
- Seu papel na prevenção e no tratamento de muitas condições de saúde foi estudado, mas seus benefícios mais consistentes continuam ligados à saúde óssea.
- A vitamina D pode ser consumida por meio de alimentos e suplementos alimentares, e o corpo humano também pode produzi-la pela exposição ao sol.
- A vitamina D não é encontrada naturalmente na maioria dos alimentos. Alimentos e bebidas enriquecidos com vitamina D, como leite, produtos substitutos do leite, cereais matinais e sucos são as principais fontes de vitamina D nos EUA.
Princípios Básicos
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que também funciona como um hormônio em nosso corpo. Ela desempenha um papel essencial na construção e manutenção da saúde do esqueleto, uma vez que ajuda o corpo a absorver o cálcio e manter as concentrações adequadas de cálcio e fósforo, dois dos principais minerais nos ossos. Também, é importante para a função muscular, ajudando os nervos a transportar sinais por todo o corpo e auxiliando o sistema imunológico. O efeito da vitamina D na prevenção e no tratamento de uma variedade de condições de saúde está sendo estudado ativamente, embora nenhum benefício tenha surgido tão claramente quanto seu papel na prevenção da osteoporose, osteomalácia e raquitismo (veja “Vitamina D e Saúde”, abaixo).
Os seres humanos podem obter vitamina D de três maneiras: consumindo certos alimentos, tomando suplementos alimentares e fabricando-a pela pele após a exposição ao sol. Quando a luz ultravioleta (UV) do sol entra em contato com a pele, a síntese da vitamina D é acionada. No entanto, essa forma de vitamina D é inativa e precisa passar por duas etapas de ativação antes de ser usada pelo corpo. A quantidade de vitamina D ativa no nosso corpo é rigorosamente regulada, de modo que as medições dos níveis de vitamina D no sangue muitas vezes medem a concentração de uma forma inativa da vitamina D conhecida como 25(OH)D. A quantidade de 25(OH)D no sangue representa a vitamina D consumida por meio de alimentos e suplementos, bem como a vitamina D produzida na pele.
Vitamina D e Saúde
Há evidências conclusivas de que a vitamina D desempenha um papel indispensável na saúde óssea. A deficiência de vitamina D no longo prazo leva ao amolecimento ósseo, conhecido como raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos. Vitamina D insuficiente também pode contribuir para a osteoporose, uma perda na densidade óssea que resulta em ossos frágeis propensos a quebrar.
Por estar envolvida em tantos sistemas do corpo humano, a vitamina D continua a ser ativamente estudada como um tratamento potencial ou ferramenta preventiva para muitos problemas de saúde, incluindo câncer, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, depressão e muitos outros. Embora as pesquisas em todas essas áreas continuem, até o momento as evidências não confirmam benefícios importantes do consumo de vitamina D para a prevenção ou tratamento dessas condições.
Ingestão Recomendada
As Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina estabeleceram a Ingestão Dietética de Referência (DRIs na sigla em inglês) para a vitamina D. Estas recomendações dietéticas (RDAs na sigla em inglês) diferem por idade, mas não diferem por sexo nem por estágio de vida (por exemplo, gravidez e lactação). Mesmo que a luz solar possa ser uma fonte de vitamina D, esses RDAs adotam uma abordagem conservadora e assumem que a exposição ao sol é mínima. Não há pesquisas disponíveis suficientes para respaldar uma RDA para crianças de 0 a 12 meses, dessa forma, uma ingestão adequada (AI na sigla em inglês) foi definida com base na quantidade de vitamina D que mantém os níveis sanguíneos de 25(OH)D acima de 20 nanogramas por mililitro (ng/mL) e contribuem para o desenvolvimento ósseo. As DRIs são frequentemente expressas em microgramas (mcg) ou em unidades internacionais (UI); 1 mcg é igual a 40 UI. A maioria das pessoas nos EUA não consome a quantidade recomendada de vitamina D.
Tabela 1 . Recomendações Dietéticas (RDAs) para vitamina D (em microgramas (mcg) e unidades internacionais (UI))
Idade | Masculino | Feminino | Gravidez | Lactação |
0 – 12 meses * | 10 mcg (400 IU) | 10 mcg (400 IU) | ||
1 – 13 anos | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) | ||
14 – 18 anos | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) |
19 – 5 0 anos | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) |
51 – 70 anos | 15 mcg (600 IU) | 15 mcg (600 IU) | ||
> 70 anos | 20 mcg (800 IU) | 20 mcg (800 IU) |
* Ingestão Adequada (IA)
Fonte da Tabela: The Health and Medicine Division of the National Academies of Sciences, Engineering and Medicine
Por ser difícil obter vitamina D suficiente através de fontes alimentares, existem vários grupos de pessoas que correm o risco de ter reservas inadequadas de vitamina D. Isso inclui adultos mais velhos, pessoas com exposição solar limitada, pessoas com pele escura, pessoas com problemas de saúde que limitam a absorção de vitamina D (como doença celíaca, doença inflamatória intestinal e fibrose cística) e pessoas que fizeram cirurgia de redução do estômago. Pessoas obesas (índice de massa corporal> 30 kg/m²) geralmente têm níveis séricos de 25(OH)D mais baixos do que pessoas não obesas, porque a gordura corporal pode sequestrar a vitamina D.
Bebês amamentados também correm maior risco de apresentarem deficiência de vitamina D, porque o leite materno não é uma boa fonte e há a recomendação para proteger os bebês da exposição ao sol. Para reduzir o risco de deficiência de vitamina D em bebês, a Academia Americana de Pediatria recomenda que os bebês amamentados exclusiva e parcialmente recebam suplementos de vitamina D de 10 mcg (400 UI) por dia até que consigam consumir 1000 mililitros de fórmula fortificada com vitamina D ou leite de vaca integral por dia. Infelizmente, o cumprimento dessas diretrizes é baixo: apenas um em cada cinco bebês amamentados cumpre este nível de suplementação.
Níveis de Ingestão Máxima Tolerável (ULs na sigla em inglês) também foram estabelecidos para a vitamina D porque é possível consumir em excesso. Essa condição é mais comum em pessoas que consomem suplementos de vitamina D. A alta ingestão de vitamina D pode causar vômitos, diarreia, prisão de ventre, boca seca, perda de apetite e gosto metálico. A ingestão excessiva de vitamina D de forma prolongada também pode levar à calcificação excessiva dos ossos e ao endurecimento dos vasos sanguíneos e tecidos orgânicos. Acredita-se que a exposição excessiva ao sol não cause toxicidade pela vitamina D devido à capacidade do corpo de regular sua produção de vitamina D.
Fontes Alimentares de Vitamina D
A vitamina D é encontrada naturalmente em relativamente poucos alimentos; estes incluem peixes gordurosos, gemas de ovo, fígado e cogumelos. Em contraste, carnes, aves, cereais integrais, frutas e hortaliças contêm pouca ou nenhuma vitamina D. Os alimentos fortificados – em particular, o leite de vaca, cereais matinais e sucos – são as principais fontes de vitamina D na dieta americana. Bebidas alternativas ao leite de vaca à base de vegetais, tais como aveia, soja e amêndoa são também frequentemente fortificadas com vitamina D. Nos EUA, é necessário que as fórmulas infantis contenham – 2,5 mcg (40 – 100 UI) de vitamina D por 100 calorias.