Por Tamika Sims, PhD | 04 de janeiro de 2018
Última atualização em 05 de janeiro de 2018
Você já ouviu o termo “One Health”? Ele é usado para descrever um conceito de bem-estar que se concentra na saúde do nosso planeta e seus habitantes. Com este foco abrangente, várias organizações relacionadas à saúde e ao bem-estar (ou seja, agências governamentais, grupos científicos e universidades) visam criar conscientização, conduzir as melhores práticas e oferecer orientações sobre como manter a nós, os animais e a Terra saudáveis.
Em um esforço para aumentar a conscientização do One Health e destacar as iniciativas globais relacionadas, the One Health Commission, the One Health Initiative Autonomous pro bono Team and the One Health Platform Foundation criaram o One Health Day. Todos os anos, o One Healthy Day acontece no 3 de novembro.
A Fundação IFIC celebra anualmente o One Health Day para mostrar as iniciativas globais de saúde que apoiam nosso abastecimento alimentar. Uma grande preocupação com a saúde associada à One Health que ganhou uma atenção significativa nos últimos anos é a resistência antibiótica e antimicrobiana.
O que é a resistência antibiótica/antimicrobiana?
Quando pessoas ou animais ficam doentes devido a uma infecção, seja por bactérias, vírus, fungos ou parasitas, os medicamentos que são usados para tratar a infecção são chamados antibióticos ou antimicrobianos. No entanto, nos últimos tempos alguns desses medicamentos tornaram-se ineficazes devido à resistência. Quando você vê ou ouve “resistência antimicrobiana”, isso significa que as bactérias, vírus, fungos ou parasitas que causam uma infecção não são mortos pelo remédio. Mas o termo “resistência a antibióticos” é específico para infecções bacterianas.
Se um antibiótico/antimicrobiano não é eficaz no alívio de uma infecção, isso pode levar a problemas de saúde no longo prazo ou a morte. Isso pode acontecer em seres humanos e em animais. Os micróbios podem se espalhar de animais para seres humanos e vice-versa, portanto, essa é uma grande preocupação para aqueles que, como nós ajudam as iniciativas do One Health. Os micróbios podem desenvolver essa resistência na natureza como parte de sua evolução natural (sim, eles fazem isso) ou com o uso de antimicrobianos por humanos e animais. Cientistas e profissionais de saúde também determinaram que o uso inadequado de antibióticos e antimicrobianos em animais ou em pessoas pode aumentar o risco de resistência. Portanto, é importante que esses medicamentos sejam adequadamente utilizados conforme prescrito por um profissional de saúde.
Quais são as estratégias de saúde para acabar com a resistência aos antibióticos e quem está tomando providência sobre isso?
Como afirmado acima, a resistência é um problema para pessoas e animais; portanto, exige que ambos, veterinários (do lado dos agricultores) tratem devidamente os animais e os médicos tratem adequadamente os pacientes humanos para diminuir a ameaça dos micróbios resistentes.
De maneira notável, a Organização Mundial da Saúde, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a Organização Mundial para a Saúde Animal desenvolveram uma iniciativa colaborativa para minimizar o surgimento e a disseminação da resistência antibiótica e antimicrobiana. Seus objetivos são:
- “garantir que os agentes antimicrobianos continuem a ser eficazes e úteis para curar doenças em seres humanos e animais;
- promover o uso prudente e responsável dos agentes antimicrobianos; e
- garantir o acesso global a medicamentos de boa qualidade”.
Além dessas agências de saúde globais trabalhando em conjunto para diminuir a incidência de infecções resistentes a medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA também tomou medidas para ajudar a reduzir o uso de antibióticos e antimicrobianos em animais produtores de alimentos para apoiar esse esforço.
Por exemplo, a FDA em 2015 emitiu a regra final da Diretiva da Alimentação Veterinária. Esta regra estabelece o que os veterinários devem fazer quando precisam autorizar o uso de antimicrobianos na alimentação para proteger os animais que eles cuidam. Em janeiro de 2017, a FDA completou a implementação da Guidance for Industry #213, a qual proíbe o uso de antimicrobianos e antibióticos para fins de produção e alterou o status de comercialização desses medicamentos de sem prescrição para o status de prescrição, o que significa que os medicamentos só podem ser administrados através da receita de um veterinário. E a prova final passa sempre pelas ações da FDA – um recente relatório da FDA mostrou que as vendas de antibióticos e tratamentos antimicrobianos utilizados em animais criados para fins alimentícios caíram em 2016 em relação ao ano anterior. Esta é a primeira vez que as vendas não aumentaram desde o primeiro relatório da FDA em 2009.
Além de implementar mudanças no fornecimento de alimentos nos EUA, os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) instigam os profissionais de saúde para que alterem o uso de antibióticos e antimicrobianos no contexto clínico. O CDC procura ajudar a melhorar a prescrição e uso de antibióticos e antimicrobianos com sua Antibiotic Resistance Solutions Initiative, uma “abordagem abrangente para combater a resistência aos antibióticos que inclui respostas agressivas a surtos, abordagens inovadoras para pesquisas e novos investimentos nas condições e nos locais para prevenção e controle de infecção”. Para agilizar os avanços e ajudar as instituições de saúde e os médicos a tomar as melhores decisões para tratar e proteger seus pacientes, o CDC fornece várias ferramentas para implementação, ação, inovação e educação.
One Health, One Future
Embora a resistência antibiótica e antimicrobiana não seja 100 por cento eliminada, é necessário um esforço unido para diminuir o impacto sobre a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente. A One Health incentiva o tratamento de doenças infecciosas, reconhecendo a ligação entre saúde humana, animal e ambiental e desenvolvendo melhores práticas que apoiam esses importantes resultados.